segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O retorno das Sementes.

   2012 se aproximando, tempo de confabular, confraternizar. É natal e o espírito de solenidade toma conta da galera. E 2012 lembra Profecia Maia. Eu, CABAN LUNAR, uma espécie de miniterremoto ambulante, um tanto quanto soturno um tanto quanto avoado, vive nos reinos mentais e se sincroniza com a vida ao seu redor, vim falar de um outro selo maia do qual sou muito afeiçoado. Sementes.
   /Bem, só porque hoje é hoje. Hoje foi o dia em que de certa forma, e essa forma é a mais especial pra mim, eu reatei a amizade com duas pessoas muito importantes, sementes, na minha vida.
    Sementes aos meus olhos são uma explosão de inovação, criatividade. Explosão rápida de cores, formas e sons. Criação, potencial que se expande. Inicio, germinação. Meu relacionamento com esses dois seres (cada um a seu modo, o primeiro uma grande amizade, o segundo um grande amor), segue com algumas coincidências de percurso mas em realidades paralelas, já que são amigos completamente únicos em seus universos próprios. De certa forma os dois seguiram um padrão semelhante (acho que esse padrão sou eu mesmo, o ponto em comum entre as duas pessoas, mas ok), um relacionamento aberto, tranquilo, confortador, ensinamentos trocados, segredos compartilhados. Enquanto ser Terra sinto que esses seres Semente vem deixar algo em mim, uma mensagem, uma luz, uma história. Eles vem, são e então germinam. E como fico sempre aqui por baixo, cuidando dos meus próprios nutrientes, do ciclo das águas que por mim correm e pela manutenção da vida que de mim brota, eu, a Terra, as vezes não alcanço e não percebo os galhos, agora longínquos, cheio de folhas e frutos, dessas sementes germinadas. Não vou me reter em detalhes técnicos e humanos, apenas espirituais. Hoje foi um momento de tomada de decisão interna, tive que optar e achei melhor optar por ter coragem e ter coragem de amar. Estou tentando apenas ser. Buscando forças para apenas ser independentemente das consequências. E uma mágica suave aconteceu. Não tem como não receber amor se vc cultiva Amor dentro e depois manda pra fora.
      Os sementes. Algo neles muda, depois de um certo tempo. Eles germinam. E, claro, simplesmente não podem voltar atrás, uma vez que sua potencialidade tenha despertado. Mas a Terra, sempre plana, sempre cíclica, quase sempre reta deseja manter as sementes sempre bem protegidas, cotilédones só internos e bem nutridos dentro dela. Apesar de saber que isso sempre acontece de novo e de novo, pois é a vida se perpetuando, a Terra sempre se surpreende quando essas sementes dela germinam e então se afastam, mais e mais..  E a Terra chora e será que seu choro alimenta essas sementes? E as vezes a Terra chora por essas folhas que já não mais alcança, mas ela se conforta ao lembrar que um dias as folhas caírão de volta em seu aconchego.
       Hoje, é com grande alívio que deixo registrada a lembrança do dia em que me aproximei um pouco mais de duas pessoas queridas!
       Mesmo sendo uma coisa plana, reta, do chão, esse torrão aqui sabe que o relacionamento com essas Sementes jamais será o mesmo. Apesar da saudade do tempo em que dormiam tranquilas nas reentrâncias da minha proteção, Eu Terra sei que essas Sementes estão em constante germinação. Constante crescimento. E nada pode fazê-las voltar a ser o que eram antes, nem mesmo meu choro que as nutre. Nada a não ser o tempo. A não ser o próprio crescimento, que depois de um ciclo gerará novas Sementes, que acolherei e que chorarei ao perder mais uma vez, mas que um dia retornarão para a proteção e aconchego.
Paz!

Seguindo e aprendendo a se compor dentro da Luz.

Padrinho Alfredo é filho de Sebastião Mota, um dos padrinhos do Santo Daime que mais gosto. Ele tem um hinário com mais de 150 hinos todos muito interessantes. Um dos hinos diz:

É seguindo e aprendendo a se compor dentro da Luz
É um amor permanente o Santo Amor de Jesus...


Sempre fico refletindo sobre isso. Sou CABAN no selo maia, TERRA. Acho um barato a coincidencia dos meus signos em vários horóscopos diferentes. A questão da terra, da razão, do concreto e as vezes rígido está sempre presente em vários signos meus. Mas um dos defeitos ou dificuldades descritos sobre o selo CABAN é a falta de percepção, coragem, força, sei lá, para se manter bem no momento presente.  Caban está sempre lembrando ou remoendo coisas do passado morto ou planejando e esperando o futuro incerto. E sabendo que só o agora é eterno, que o instante tem um quê de centelha divina, fico pedindo a Deus para que eu saiba viver bem nesse agora.

Seguindo e aprendendo a se compor dentro da luz.... Isso sempre pegou pra mim... É como se existisse uma série de rachaduras na minha existência. Momentos de luz, seguidos de dor. Acho que me apego tanto aos momentos bons, vivo com tanta intensidade que quando acaba fico sem chão, sem rumo... Até nisso o equílíbrio se faz necessário. È preciso viver bem o momento presente sim, mas olha o que acontece quando mergulhamos de cabeça, corremos o risco de nos queimar. E também de ser completamente feliz e é importante também saber que tentamos`.

Eu to aqui agora tentando aprender a lidar bem com esse infinito que o momento presente nos traz. Quero saber lidar melhor com seres humanos. Cansei de rachaduras existenciais!

sábado, 3 de dezembro de 2011

HOJE

Hoje o dia amanheceu aberto, colorido. Depois de alguns dias de chuva, o céu abriu, o sol saiu e as flores das árvores da rua se tornaram mais visíveis.

Hoje é o único dia que importa.

O resto sequer existe.

Hoje um dia de alegrias, cercado pela ameaça de tristezas e ameaças e abandonos.

Mas apesar da dor, ainda me contenta saber que estou aqui agora.

No hoje.

Sinto um calor se aproximando, um medo irracional de ser  ferido mais uma vez e ao mesmo tempo um ímpeto por não me entregar pra depressão, um ímpeto pela vida, pelo sol, flores, música.

Por hoje.

Gosto de escrever, o máximo possível e depois de algum tempo ler o que escrevi. Geralmente despejo tudo no papel ou no blog, enfim,  e gosto de reler, depois que a situação que me incomoda já tenha mudado, se dissipado, transformado...

É um exercício terapêutico muito bacana.

Muitas vezes ao ler o que escrevi em épocas passadas, penso "Quanta bobagem! Como eu era fraco, inocente."Isso porque muito provavelmente eu já resolvi internamente as coisas que me incomodavam quando escrevi. Por outro lado, o momento presente é sempre repleto de verdade e sabedoria, e toda vez que escrevo eu estou presente, então encontro também vários pequenos lapsos de sabedoria em coisas do passado que escrevi e resolvo reler.

É sempre bom. Hoje, ontem e sempre.