quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Ralo de Estrelas





A impossibilidade na possibilidade e a possibilidade na impossibilidade. Confuso, Confúcio! Chama violeta que me consuma, antes que eu suma. Em suma, o insumo do que sobrou de mim não me convence. Chama Violeta. Evapore em gotas de vacuidade. Vácuo. Espaço, a fronteira final. Darkover. Avesso. Verso que grita e possibilita o escape. Um encarte de um disco velho que bate lá no fundo do abismo e volta. Salto Mortal. Kamikaze. Trem-bala. Lightning bolt. Hanuman. Explosão incontida, buraco negro engolindo estrelas. Tão denso, tão denso que absorve a luz, que absorve a gravidade. Sonoridade oca. Superfície. Passagem. Impermanência na permanência e vice-versa. 1 milhão de graus Farenheit, tsunami fugídio, terremoto volátil, vulcão efêmero... Pelo menos dá pra fazer um jogo de palavras. Pelo menos o buraco negro absorve as órbitas. Pelo menos tenho a mim mesmo e meu próprio universo. Só resta o vazio, só resta a ponte da dúvida, só resta a arte.





***
Ralo de estrelas,
Que escorre a gravidade,
Corpos sem órgãos das cidades,
Império galáctico da amizade. 

Esgoto de nebulosas,
vias tortuosas, 
reviravoltas tenebrosas,
esperanças ardilosas.

Incinerador de meteoros,
que vibra nos meus poros,
que explode sob meus olhos,
e dá cores ao inodoro. 

Forno de galáxias,
útero de acácias,
destruidor de falácias,
tornado de audácias.

Ralo de estrelas,
que derrete as estribeiras,
velocidade da luz sobre esteiras,
incandesce, incendeia, incendeia, iridescente.