terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Jangada

Quantas cores podem existir, quantas podemos perceber, mergulhar?
Mais ao centro, mais ao centro, eixo unificador. Eu dissolvido. Ego reconhecido (as vezes nos intervalos da loucura.).
Quero que seja feliz. Quero ser feliz. Por que tem que apertar, doer, incomodar, desaguar?
Só o foda-se salva!

É difícil caminhar sobre a plataforma do desconhecido. Onde pisar, onde cair, pra onde correr, quando ficar? Tateando na intuição. 
Mas é bom também. É alçar voo. Brilho de sol no instante do orvalho. 
É tanta gratidão, tanto amor, tanto tudo que não cabe. Extravasa dos corpos e vem pra poesia. E as vezes explode em raiva e choro. Noutras em gestos simples que dizem muito. 

É uma velha jangada na maré ora calma ora tempestuosa. 
Nas ondas encontra sementes de Perdão. E peço sempre. Em voz alta, em silêncio, em oração. 

E a jangada segue... Não sei bem onde irá parar, se é que vai parar... mas ela sobe e desce, pula e bate novamente na água, vai pra um lado e outro num zigue-zague estendido... As vezes fica na água parada, até que um redemoinho, um maremoto ou tsunami acontecem.

Quero seguir remando a jangada. Vivo em uma espécie de conflito sem me decidir entre o desejo de tomar o controle absoluto do leme, ou entregá-lo à própria deriva do mar. É possível parar de remar sozinho? Afundo ou avanço?

Nenhum comentário:

Postar um comentário